Genulândia - "Vivam os Joelhos"
 Página Principal > A Patologia Geral e a do Desporto > Fracturas dos Pratos Tibiais
FRACTURAS DOS PRATOS TIBIAIS

 

As fracturas dos planaltos tibiais, são fracturas da extremidade proximal da tíbia, isto é, fracturas que envolvem sempre a superfície articular da tíbia.

As fracturas dos planaltos tibiais ocorrem numa percentagem ligeiramente superior no sexo masculino, com 54% no homem e 45% na mulher.

Os acidentes de viação são os maiores responsáveis pelo desencadeamento destas fracturas, seguindo-se-lhe as quedas em altura. Estatisticamente ocorrem na idade adulta (entre os 45 e os 54 anos de idade). Em algumas situações apresentam-se outras lesões associadas, nomeadamente a fractura do colo da fíbula (em cerca de 2/3, nas fracturas com envolvimento dos dois planaltos), lesões vasculares que são raras (0,3 %), mas interessando as artérias poplítea ou a tibial posterior, que podem estar contundidas e a lesão do ciático poplíteo externo (peroneal), em particular na fractura do colo da fíbula (2/3). Outra das complicações deste tipo de fracturas, é a exposição, que se apresenta em cerca de 0.3 a 4 %.

As fracturas dos planaltos da tíbia são produzidas por mecanismos complexos, existindo forças de desvio frontal e compressão vertical, quando o joelho está com uma determinada flexão. Muitas vezes, apresenta-se em associação, uma lesão do ligamento colateral oposto, ao planalto onde se apresenta a fractura.

Estas fracturas são classificadas segundo a sua topografia e o seu tipo de lesão.
Assim, quanto à topografia, podemos designá-las por fracturas do planalto tibial lateral, fracturas do planalto tibial medial e ainda bi-tuberositárias. Quanto ao tipo de lesão, estas são denominadas de fracturas de separação, de afundamento e de separação com afundamento.

A grande maioria destas fracturas são as fracturas do planalto tibial lateral (60%), seguidas das fracturas bi-tuberositárias (30%) e das fracturas no planalto medial (10%). A razão do maior número de fracturas no planalto lateral, reside no facto deste apresentar uma menor resistência do osso esponjoso (142 kg/cm2), em comparação com o planalto medial (236 kg/cm2).

Do ponto de vista clínico, o diagnóstico destas fracturas normalmente é fácil de ser estabelecido. Em complemento a este, é muito importante a apreciação do estado dos tecidos envolventes, das condições vasculares e da provável lesão do nervo ciático poplíteo externo. Do ponto de vista da imagiologia, para além de um estudo radiográfico simples, com frequência é necessário completar este, com a efectivação de uma TAC, para avaliação dos desvios dos vários fragmentos, com recurso a uma montagem tridimensional.

Rui Dias, Dr. (Cirurgião Ortopédico)