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LUXAÇÃO DO JOELHO

 

A luxação traumática do joelho é definida como a perda completa da relação anatómica normal, dos dois componentes osteocartilagineos da articulação fémuro-tibial.

É classificada segundo as características “posicionais” como anterior e posterior, lateral e medial ou mista e de acordo com o desvio da tíbia em relação ao fémur. Pode-se ainda classificar através de um “sistema anatómico” conforme as estruturas ligamentares, tendinosas, osteo-cartilagíneas ou neuro-vasculares envolvidas.

A luxação do joelho, é uma lesão muito grave que pode ocorrer após traumatismos de pouca intensidade mas, por norma, é consequência de acidentes de alta energia como os acidentes de veículos motorizados, quedas de grande altura e acidentes industriais.

É uma urgência ortopédica em que lesões complexas dos ligamentos, cápsula articular, músculos, tendões e estruturas neuro-vasculares adjacentes, podem comprometer a função do membro e originar até a sua perda.

Quanto à apresentação inicial, a luxação do joelho pode ser óbvia ( com a articulação ainda luxada ) ou oculta ( com a articulação já reduzida espontaneamente, normalmente mais de 50% ).

É consensual que as luxações óbvias devem ser reduzidas imediatamente, antes mesmo do exame radiográfico, mas apenas por profissional.

Por definição, para ocorrer luxação do joelho esta terá que ser acompanhada de lesão ligamentar. Como regra geral, pelo menos dois grupos ligamentares ( mais frequentemente os dois ligamentos cruzados ) devem estar lesados, apesar de haver relatos esporádicos de luxações, com lesão de apenas um grupo (ou um dos ligamentos cruzados ).

Lesões neuro-vasculares acontecem com menos frequência, mas não são raras.

A lesão do nervo peronial comum ocorre entre 15% a 37% das luxações e a lesão da artéria poplítea apresenta-se em 12% a 33% e devem sempre ser pesquisadas.

O tratamento da luxação de joelho baseia-se em dois aspectos importantes: a abordagem inicial, que visa a redução e a estabilização primária do joelho, para evitar lesões adicionais, nomeadamente vasculo-nervosas e a abordagem definitiva, centrada na reparação cirúrgica das estruturas cápsulo-ligamentares e meniscais, que pode ser feito na fase aguda (até 3 semanas) ou na fase sub-aguda (após 3 semanas).


José Alexandre Marques, Dr.